Perfil de diretores: Eli Roth

O que a principio parecia uma carreira medianamente promissora, com direito a impressionar o mestre Quentin Tarantino, transformou-se em uma filmografia que é, em ultima analise, majoritariamente risível, para dizer o minimo. 


Hoje vamos analisar a filmografia de Eli Roth como diretor de longas:

OS PRIMEIROS ANOS

Cabana do Inferno (2002)

Um grupo de cinco jovens aluga uma cabana na mata e começa a ser vítima de um horrível vírus - não obstante o título original é "Cabin Fever", literalmente "Febre da Cabana" -, que atrai a atenção indesejada dos locais homicidas.

Filme que utiliza uma fórmula bastante clichê em filmes de terror, com algumas guinadas inesperadas no roteiro, a ideia parece ser justamente surpreender o expectador não atendendo todas as suas expectativas de lugares comuns em filme modelo slasher. 

Uma curiosidade para quem cresceu vendo TV nos anos 1990, uma das atrizes do filme é Cerina Vincent, que interpretou a ranger amarela em "Power Rangers na Galáxia Perdida".

O Albergue (2005) e O Albergue 2 (2007)

Talvez por algumas escolhas cinematográficas interessantes em "Cabana do Inferno", ou por qualquer outra razão, Roth parece ter chamado a atenção se Tarantino que produziu o seu filme seguinte, desse modo já em 2005 Roth dirigiu seus segundo longa, este um pouco mais famoso no Brasil: O Albergue (2002). 

Três mochileiros dirigem-se a uma cidade eslovaca que promete satisfazer suas expectativas hedonistas, sem a menor ideia do inferno que os aguarda.

Outro filme de terror medíocre, mas que parece agradar os mais fanáticos pelo gênero, o fato é que o filme fora um sucesso comercial, na esteira da popularidade dos filmes de terror ultra violentos inaugurada pela estreia da franquia "Saw" ("Jogos Mortais") no ano anterior.

O sucesso comercial abriu a possibilidade de uma continuação um pouco pior que o filme anterior, também dirigida por Roth.

Nation's Pride (Segmento do filme "Bastardos Inglórios", 2009)

Embora não seja um longa metragem, vale muito a pena citar este aqui por ser indiscutivelmente a melhor obra dirigida por Roth, embora não tenha sido creditado por ela no filme "Bastardos Inglórios".

Além de interpretar o Sgt. Donny Donowitz neste filme de Tarantino, Roth fora encarregado de dirigir "Nation's Pride" - Orgulho da Nação -, o fictício filme que é exibido no cinema ao final de "Bastardos...". O resultado das filmagens de Roth ficou tão bom neste filme que simula uma espécia de filme de propaganda nazista, que na versão em DVD lançada no Brasil "Nation's Pride" aparece como um valoroso extra, podendo ser apreciado na integra, em todos o seus 7 minutos de duração.

OS ANOS DE DECLÍNIO

Canibais (2013)

Não espere mais filmes de terror minimamente aceitáveis ou curtas geniais, a carreira de diretor de Roth deste ponto em diante é puro desastre.

Neste filme um grupo de estudantes ativistas viaja para a Amazônia para salvar a floresta tropical e logo descobre que eles não estão sozinhos quando são capturados por uma tribo de canibais que os mata um a um.

Uma espécie de homenagem aos clássicos filmes italianos da cena de filmes sobre canibais - sim, existem muitos - mais notadamente Holocausto Canibal (1980). Atuações pífias e roteiro muito desinteressante, realmente, este aqui não é bom.

Bata Antes de Entrar (2015)

Este aqui assisti até  o final com muita dificuldade. Nele um pai dedicado ajuda duas jovens mulheres que batem à sua porta, mas seu gesto bondoso transforma-se em uma perigosa sedução e um jogo mortal de gato e rato.

Basicamente um filme pornô sem a pornografia, o pior filme dirigido por Roth até agora.

Desejo de Matar (2018)

Este aqui eu ainda não vi, então não vou palpitar, apenas deixo expresso que minhas expectativas com Roth estão muito baixas, então dificilmente me desapontaria com este aqui.

Estrelado pelo astro de filmes de ação dos anos 1990, o alemão Bruce Willis, o filme nos conta a história de Dr. Paul Kersey, um cirurgião experiente, um homem que passou sua vida salvando vidas. Depois de um ataque à sua família, Paul embarca em sua própria missão por justiça. Remake do clássico(?) "Desejo de Matar" (1974) estrelado por Charles Bronson.

Será que é bom? Ao que tudo indica não. Bruce Willis não é Charles Bronson e Eli Roth só tem dirigido desastres, mas... vamos esperar para ver, posso acabar queimando minha língua.